A tradição escrita oeste-africana e a habilidade dos africanos para escrever em caracteres árabes chegaram ao Novo Mundo através do tráfico transatlântico de escravos e outras formas de migração forçada. Alguns africanos muçulmanos conseguiram trazer com eles manuscritos produzidos na África, desde pequenos amuletos a cópias do Qur’an, como aquela levada para Trinidad em uma data incerta entre 1840 e 1867. Outros africanos mantiveram suas habilidades lingüísticas ou aprenderam o árabe em suas novas moradas.De acordo com fontes européias, o uso da língua árabe e de línguas
africanas (escritas com caracteres árabes) não foi incomum no Caribe oitocentista, no tempo da escravidão e no período pós-abolição, especialmente na Jamaica e em Trinidad. Há até evidência de que membros da diáspora africana no Caribe se correspondiam com muçulmanos na África Ocidental. Contudo, a real dimensão e as características específicas do conhecimento do árabe naquela região permanecem pouco estudadas, e não se esclareceu ainda quando e como essa prática cultural desapareceu. Pouquíssimos documentos escritos em caracteres árabes foram estudados, como aquele de Muhammad Kaba Saghanughu, da Jamaica (c. 1823), publicado por Yacine Daddi Addoun e Paul Lovejoy.