lunes, 22 de mayo de 2017

NAVEGAÇÃO COMERCIAL ENTRE O BRASIL E A ÁSIA PORTUGUESA DURANTE A ESTADIA DA CORTE NO BRASIL 1808-1821.

Ao deslocar-se para o Brasil, a Corte portuguesa acelerou um processo iniciado cerca de dois séculos antes: a unificação das redes de navegação transoceânica do Império.
De facto, como o demonstrou José Roberto do Amaral Lapa, desde meados do século XVII, o governo metropolitano havia escolhido Salvador da Bahia como porto de escala da célebre Carreira da Índia, rota marítima que ligava anualmente Lisboa a Goa. Um século depois, a América portuguesa passou a desempenhar um papel central quando a legislação pombalina decretou a liberdade de navegação entre Lisboa e o conjunto dos territórios portugueses situados além do cabo da Boa Esperança. Esta integração progressiva não conseguiu porém satisfazer as necessidades do vasto mercado de consumo que o desenvolvimento económico do século XVIII havia criado no Brasil. Foi somente a partir de 1808, após a chegada ao Rio de Janeiro das principais instituições administrativas e financeiras, que a Coroa aboliu progressivamente o histórico monopólio de Lisboa e permitiu a navegação directa entre os portos do ultramar.
O curto período situado entre 1808 e a independência do Brasil, objecto da presente análise, representou em termos de rotas de navegação a concretização da unificação do império, desejada por Pombal, mas muito além da ideologia mercantilista que supunha a centralização da economia na capital do império. Mais que o início de uma nova etapa da História da navegação no império português, a  instalação do governo no Rio de Janeiro representou sobretudo a conclusão do processo de integração do Brasil no comércio entre o Atlântico e o Índico.




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